sábado, março 26

Alice no país das maravilhas

Levei mais de 30 anos para te re-encontrar,
Isto sem falar nos outros quatro...

Uma menina tímida e calada que desenhava casinhas e foguetes. Escalava, dos pés à cabeça, a cama dos pais para dormir entre os dois. Ficou encantada quando ouviu, pela primeira vez, sua própria voz num gravador. Adorava os Jetsons e a Formiga atômica. Bernardo e Bianca foi seu primeiro filme no cinema. Sonhava em ganhar uma casinha de madeira, mas tinha de vir com bonequinhos vivos dentro.

Chorou muito quando os pais a deixaram em casa com as irmãs mais velhas, e quando foi separada da amiguinha na pré-escola. Não tinha panelinhas, tinha poucas bonecas, gostava de carrinhos, e amava livrinhos. Colocava a cadeirinha de ponta cabeça, dividia os carrinhos com o irmão e faziam questão de brincar de estacionamento no meio da sala, aos pés da mamãe. Finjia dormir a noite no sofá, só para esperar o papai carregá-la até a cama e dar beijinho de Boa Noite.

Nas férias lia muitas revistinhas em quadrinhos. O professor Pardal era o favorito. Adorava brincar com os primos, mas preferia muito mais a companhia do primo do que da prima. Sempre gostou de doces. Adorava os bolinhos de banana da mamãe e, de todos os bolos que ela fazia, o favorito era o de cenouras que, competia pelo primeiro lugar com o de chocolate. Água sempre foi uma grande paixão da infância, doce ou salgada. Fazia até barquinhos de papel para colocar nas correntezas da rua em dias de chuva.

Adorava ir ao supermercado, tinha sempre o direito de escolher uma boa guloseima. Tinha poucos amiguinhos. Não gostava de brinadeiras como Esconde-esconde, ou Pega-pega. Gostava de Amarelinha, pular elástico com as amigas, jogar peteca e buraco com a família. Adorava Caça-palavras e Picolé. Sorvetes também. Pac-man e Pitfall já mais grandinha.

Não se preocupava em pentear cabelo ou trocar de roupa para sair. Era capaz de usar a mesma roupa uns três dias seguidos. Tomava banho com sua mãe e irmão. Andava só de calcinha pela casa. Nunca teve chulé. Só algumas frieiras que o médico do clube insistia em achar para acabar com a alegria da piscina. Teve catapora, rubéola, e alguma outra destas. Não era de adoecer.

Aos sete anos teve sua primeira paixão, o Eduardinho, um menino muito bonitinho que nem sabia, mas era seu namorado. Na Páscoa, era fantástico correr atrás dos ovinhos que o coelho deixava nos gramados do clube, escondidos atrás das plantas. Chegou até a ver o coelho uma vez ! Sempre conviveu com gatos. Pobre do gato amarelo, tinha umas bolinhas tão bonitinhas perto do rabo, que determinado dia foram apertadas com tal força, que o gato miou muito alto e desapareceu.

Aos nove anos ganhou o concurso de leitura da escola, e como prêmio, mais livrinhos. Adorava as aulas de Língua Portuguesa e Ciências, odiava Matemática, nunca decorou a tabuada. Era gordinha, não se dava muito bem nas aulas de Educação Física. Mas ganhava sempre nota máxima de redação. Para quê estudar História se já passou ? A professora quase teve um ataque.... mas as aulas dela eram muito chatas.

Fazia natação, era recomendação médica para a escoliose, que diga-se de passagem, nunca doeu. Sempre sentou nas primeiras carteiras porque tinha perda auditiva. Aprendeu a fazer leitura labial. A descoberta do espelho também foi fenomenal. Passava horas conversando com aquela outra ELA que lá se escondia, no quarto dos pais.

Toda santinha, como dizia sua irmã mais velha, no fundo já era terrível, falava tudo que não gostava sem medir as palavras, ainda que estas fossem escritas....

"São Paulo, 13 de Setembro de 1982.

Meu querido diário, o dia para mim não saiu da rotina. Então vou contar sobre o domingo. De manhã fui ao clube e de tarde voltei chateada.
Acho que eu não falei nada. Então eu vou falar o que aconteceu no clube para você saber porque eu voltei chateada.
Assim que eu cheguei lá eu joguei bola com minha prima, até mais ou menos meio dia. Depois sentei no mato, perto do lago para almoçar. Só que eu não comi nada porque tinha peixe e eu não gosto. Minha mãe insistiu para eu comer e eu não quis. Só tomei guaraná.Depois, passeando, vi uma porção de pessoas na piscina. Já sabe porque eu fiquei chateada ? Se não sabe só vai saber no fim. Depois brinquei no parque, tomei sorvete e vim embora para casa. No caminho eu falei à minha mãe que domingo que vem eu vou entrar na piscina."

(trecho do diário da quinta série, na íntegra, sem as correções da professora)

Quanto à Alice.... ainda existe, loirinha e cor de rosa, por ironia do destino. Temos até foto juntas, com apenas um ano de idade. Presente da mamãe.

sábado, março 12

Falta de Ar

Gostaria...

De ver contigo, apesar de não saber a quem se destina o convite.
ambiguidade também é nossa palavra chave,
sutileza ainda é meu entrave,
esta amizade é muito Oscar Wilde...

Veleiros ancorados são sedutores,
castelos fazem parte dos amores,
Curariam as dores ? Dariam novos sabores ?

Não há mensagem oculta,
minha criatividade não é tão culta
embora oculta ainda seja minha face.

Sandices à parte,
óbvio empate,
nada de embate ou combate,
só levam ao desgaste.

Enquanto reviro a volta, ainda não uso rosa,
só espero sua escrita de volta, quem sabe uma volta,

Assim, métrica, você vive contigo, eu vivo comigo,
com sorte a gente convive e vive !
(AR - 23/08/2004)


Belas paisagens
Otimos contatos
Aventuras

Voe feliz
Imagine coisas boas
Aprecie ao máximo
Garanta seu sucesso
Entregue-se ao
Mundo... de coração
(AR - 25/09/2004)

quarta-feira, março 2

Cromossomos iguais

Os cromossomos dizem como somos
- Como somos, cromossomos ?
Somos cromos, cronos, rosnos
- QUEM somos, cromossomos ?
Cross-Nós-Somos
Cheios de nós... somos... cruzamos...
- O quê ?
Crossing over !
- E se quizerem saber quem somos ?
Somos over !
- Somamos ou só somos ?
Somos !
Cronos, sonos, sonhos...
- Cromossomos somados ?
Somamos 46 cromossomos,
Assim geramos outro soma
da espécie humana.
- Hã ?
Em cada célula, cada cromossomo revela como somos.
Na NOSSA célula, nos revelamos como somos !
Juntos criamos tétrades cromossômicas,
Duplicamos e separamos, geramos as filhas.
- ProMetaAna.... ELE há de Telefonar ?
Não se precipite... Cromossomemos !
Os bons momentos na placa equatorial...
- Pareamos ?
No momento certo.