sábado, dezembro 24

Prenatal


Cheguei atrasada...ou melhor, elas adiantaram o encontro (rsrs).

Já haviam começado pela C, amiga de muitos anos (uma conta rápida - 16 anos!). C tem como principal característica um jeito muito jovial e um olhar com capacidade surpreendentemente atrativa ao sexo oposto. Não raro em nossos encontros surgiram homens à nossa mesa sem que fôssemos capazes de perceber como! Ela estava especialmente ansiosa com o paquera novo. Contou peripécias pessoais das quais ele jamais desconfiaria, aliás, nenhum homem seria capaz de imaginar que temos capacidade de fazer certas coisas quando, digamos assim... bastante interessadas neles. Mas como C não faz o perfil da namoradeira ela estava especialmente mais engraçada, feliz, com brilho no olhar, e o mais inusitado, ou melhor, a novidade dela do ano – estava tomando cerveja SEM álcool!

Completamente maluquete, M, que está comprometida já há alguns anos (inacreditável – alguns relacionamentos dão certo!) se enfureceu ao lembrar dos armários que já podiam estar em sua casa nova viabilizando o casamento prometido desde o ano passado (estava esperando algo tradicional, mas ela parece não querer jogar o bouquet por achar meio demodê). No meio do seu curso de massagem já prometeu pegar nos nossos pés e dar umas amassadas nas nossas celulites! Uhuhu!

S, inicialmente amiga de M, mudou-se há algum tempo para outra cidade por conta de trabalho – um bom trabalho, diga-se de passagem. Ela assim como C e eu, contou uma história de um paquera, mas muito despretensiosamente (dizem, aliás, que é assim que dá certo...). E como temos trabalhos semelhantes, também conversamos sobre alunos, congressos e colegas.

Eu, como não podia deixar de ser, contei como continuou aquela paquera do ano passado (Ele apresentou a nova namorada – uma pessoa que eu já conhecia e que acho bacana...), e também lembramos da minha paixonite do ano retrasado que não deu certo, mas que é engraçada porque o cara literalmente despencou do beliche ao meu lado em estilo “it’s raining man”.

Além disso, este ano engordou 3 de nós, não importa a "quilometragem", mas mesmo assim consideramos a possibilidade de levar as Free Willies prá encalhar na praia nos próximos dias...

The Bridget’s Jones paulistanas (to be continued :-)

quarta-feira, dezembro 7

Papai

(Under construction)

"Os homens têm dificuldades em exercer o papel de pai, ou são ausentes ou de personalidade muito forte quando presentes" (PH Saldanha).

Ele era um tipo presente mas ausente. Magro e baixinho, colecionava tão poucos cabelos quanto amigos. Mal humorado, bravo, esquentado e de certo modo invocado (como não deixam de ser os baixinhos). Todo honesto, certinho e perfeccionista. Trabalhava o dia todo, certo período também à noite. Sempre chegava adiantado em seus compromissos, ainda que de lazer. Respeitava e se orgulhava de seus chefes, fazia dos tornos a sua perfeição na forma de protótipos de relógios em acrílico. Muito modesto deixava de comprar roupas prá ele para comprar o que precisávamos. Era capaz de devolver os trocos que lhe conferiam vantagens. Apaixonado pelo São Paulo Futebol Clube - era tão proibido passar inadvertidamente na frente da tv nas tardes de domingo quanto impossível imaginar a possibilidade de manter uma conversa em dias de derrota do time...

Quando pequena ele me acordava para me levar à escola, e apesar de toda a rigidez e responsabilidade que ele inspirava, era adorável ouvir:

"- Andréa, está na hora, mas hoje está chovendo..."

Eu imediatamente abria um sorriso, pensava se tinha prova, e quase sempre dormia de novo, com pena do papai que não podia faltar como eu.