segunda-feira, fevereiro 18

Tarde de segunda

E depois de um final de semana gostoso entre amigos e familia, acordo orgulhosa achando que estou em dia. Ledo engano, um sono assolador me bate logo às 14 horas, minha cama sorri prá mim: "venha minha linda, te abraço!"

Estávamos num quarto, eu, ele e minha prima, cada um em sua própria cama. A conversa ia rolando e eu mal conseguia abrir os olhos de sono e preguiça. A tempestade lá fora perturbava vez por hora. Lá pelas tantas, a prima empurrou meu braço numa manobra esquisita de modo que eu fiquei entre as duas camas: a dela e a dele. Não estava desconfortável, mas ele entendeu que o assunto era com ele - me puxou. Aí que não abri os olhos mesmo, morri de vergonha, a vergonha que sempre sinto na eminência de ser beijada. Ele foi puxando mais, e outro tanto mais, e mais um pouco ainda, tudo devagar, até quando me senti completamente abraçada por ele com minha cabeça em seu peito, voltada para baixo, obviamente fugindo dos seus olhos e óbvios beijos. Apesar disto a sensação, a melhor parte, era de aconchego e carinho.

Não satisfeito, como é de se esperar do sexo oposto, ele se atreveu a acariciar mais do que devia. Ainda sem abrir os olhos eu me virei e desviei como sempre fiz desde os 15 anos. Ele percebeu o charme: "Tudo bem, depois que eu beijar eu posso tudo mesmo!" Todo mundo riu. Mais um trovão e o sonho sumiu.

quinta-feira, fevereiro 14

Arthur e George

Depois de umas duas horas de conversa ao MSN na madrugada que anunciava meu aniversário, o informo que estou com sono dum jeito delicado.

Andréa says: eu vou conversar um pouquinho com o Arthur, estamos terminando a nossa relação, já estou entristecida

He says: eu estou terminando com o Khun

alguns segundos se fazem passar enquanto fecho os demais programas

Ele diz: Se quiser um novo homem inteligente pra deitar com vc, estará disponível até o final da semana

Eu digo: humm.... é assim que vc escreve prá sua ex e ela entende o que ela quer?

he says: basicamente

I say: é... fica dificil mesmo pruma apaixonada dar a sua devida interpretação

he says: não é? Por isso tenho que ser irônico.

I say: vc leu o que escreveu né?

he says: Claro, eu escrevi de propósito

Eu indignada digo: e ainda admite ser de propósito! é mau demais com a pobre moça...

Ele diz: Era pra ser engraçadinho... Mas eu sabia que vc não ia pegar por esse lado

Eu digo: vc achou que eu ia pegar como?

Ele não diz: Haha, smart one

Eu seduzo: como vc acha que eu pegaria um homem inteligente?

Ele se intimida: Eu não sei... Veja só o tempo que eu demorei pra responder " Eu não sei..." sinal de que eu realmente não sei

Eu o persuado: tão simples eu pego um homem inteligente me deitando com ele...

Ele fica feliz: O que torna a minha frase válida desde o início...

Eu não dobro o braço: era prá ser engraçadinha, rsrs

E continuo no jogo de sedução dele: anyway, eu terei enorme prazer em me deitar com o seu Kuhn porque não será um Kuhn qualquer...

Ele encara: Muito bom... Eu vou me deitar com seu Gould em breve... é o próximo depois do Khun

Eu recuo: é... um bom jeito de levarmos pessoas inteligentes prás nossas camas

Ele faz a curva: justamente

Eu volto com estilo: mas por enquanto meu caso ainda é com o Arthur...

Ele disseca: Vc sabe que esse jogo de palavras que fica cambaleando no fio da navalha é coisa do...

Eu também disseco (podíamos ser dois anatomistas): a conversa dura mais aproximadamente meia hora entre os novos homens inteligentes e a interpretação do texto, recheada de humor, sedução e ironia...

Finalmente me deito à meia luz com o Arthur e aquelas palavras saltitando na cabeça. Não havia razões para esconder o sorriso. A concentração foi em vão. Quanta genialidade vinda de um homem mais novo.
- Sabe Arthur, estou com a cabeça cheia hoje. Boa noite querido.