sábado, maio 2

Os desembalos de sábado a noite - parte 2

Dando continuidade ao projeto "Diga não ao seu confortável sofá, e sua confortável solidão, nos sábados a noite" lá fui-me, toda empolgada, para a festa dos anos 70 no clube Ipê, a convite de uma amiga associada.

Cabelos amarrados num rabo de cavalo, unhas vermelhas Ivete - cheguei e não vou sair tão cedo. Pensei em ir com a camisa xadrez numa calça jeans de boca mais aberta, longe dum jingle bells mas a única viável, não fosse pela interferência da Lúcia.

Lúcia há mais de cinco anos diligentemente aparece para limpar o apto em que moro, uma vez por mês. Engraçadíssima, ela conseguiu com que nossa relação passasse de uma simples prestação de serviços prá um dia de diversão por mês. Conta suas histórias e causos, bem como desabafa e pergunta sobre minhas desventuras amorosas, sempre prometendo orar por mim.

Ela disse que a camisa xadrez (nova) era linda, mas não tinha cara de anos 70. Insistiu que um vestido pruma festa destas cairia melhor, especialmente se fosse aquele um branco que ela passou algumas vezes. "Com aquela sua sandália rasteirinha branca vai ficar linda!". Por conta do frio ela recomendou a jaqueta jeans. Achei melhor aceitar as sugestões, afinal, Lúcia se veste melhor que eu normalmente - sempre de vestidos, saias e sandálias ou botas. Acha um absurdo eu sair de tenis prá trabalhar, ainda que seja numa faculdade de Educação Física.

Desta vez as amigas eram outras e o combinado era chegar cedo: fui a segunda a chegar -abrimos a festa. Não sem antes eu ficar batendo papo com uma associada que tinha a particularidade de estar bem viva apesar de ser viúva.

No telão os embalos com o John Travolta, na pista eu pegava a cola dos passos com as amigas tropeçando em mim mesma. Ao redor um bando de casais. Faixa etária apropriadíssima. Eles até davam umas olhadelas, afinal o vestido branco apesar de comportado, na luz estroboscópica era algo marcante... como pude seguir os conselhos da Lúcia?!

Mas quem roubou mesmo a cena foi o servente do banheiro masculino, que não parou de dançar animadamente em frente ao banheiro a noite toda. Tanto que, lá pelas tantas, um tanto alcoolizados, os homens começaram a fazer performances entre si com a flor de papel crepon da decoração, como se estivessem seduzindo uns aos outros e arrastaram o servente para a roda.

Saldo geral: Boa companhia das amigas, calorias a menos, zero interação masculina.
Sábado seguinte - hoje = preferi meu sofá + House ao invés do show do Wando + calcinha perfumada na Virada Cultural.