Um suco exótico, meio amargo, que tomei antes de provar o cocktail das eritroletrihilarioxiláceas....
Ele é do tipo que tem domínio total daquilo que chamo de 'combinação de letrinhas'. Apareceu no meu computador, meio sem querer. Juntou várias delas e foi chamando minha atenção. Um dia resolvi saber mais sobre ele. Encontrei uma foto e um mini currículo. Nada mal, pelo contrário, muito interessante ! Escrevi provocativamente e a reação foi imediata. Ainda resta a dúvida sobre quem teria sido o peixe fisgado... ele ou eu. Meses se passaram até que começamos a conversar/digitar mais. E mais..... sobre várias coisas. O humor era raro, claro, engraçado. A inteligência era fascinante, afiada, rápida. Ganhei uma poesia, compusemos outras juntos. Ganhei apoio, energia, fantasia. Muita fantasia. Viajamos ! Literalmente. Desencontramos. Até brigamos (várias vezes). Levaram outros tantos meses para o dia do encontro real. Eu estava estranhamente envolvida por um ser desconhecido.
Ele estava lá, sentado na muretinha quando o vi pela primeira vez, o reconhecimento foi imediato. Eu estava preparada para grandes frustrações à primeira vista, que surpreendentemente não ocorreram. Ele foi gentil, educado, bem humorado. Conversamos sobre assuntos digitados.
Foi tirando as coisas do carro que ele me abraçou e me beijou. Um beijo tão do jeito que eu gosto que fiquei meia tonta, com o coração na mão. Mas como a alegria das "trintonas independentes" (Carrie, Sex and the City) é efêmera, a frase dele seguiu o maravilhoso gesto:
" - Isto é apenas um beijo de boas vindas. Mas nós somos AMIGOS !"
Esta questão da amizade já havia sido amplamente discutida antes do encontro e, racionalmente não poderíamos nos nomear nada diferente de amigos mesmo. Não fossem nossos corpos a criar mais confusão emocional no encontro real...
Ele tinha algumas coisas que eu não gostava, sendo que fumar era o que mais me incomodava. Mas resolvi não ser tão exigente, afinal as qualidades superavam os defeitos. Ele cozinhou para mim. Fez cama, lavou louça, alugou filme, colocou lixo para fora, pegou toalhas, varreu chão, instalou TV, computador, abriu portas, e janelas ! Um verdadeiro gentelman engraçadamente destrembelhado :-) e muito atencioso.
Mas a presença física estava revelando mais coisas.... O discurso dele, altamente contraditório, tentou segurar a "tsunami" (Pereira, 2005) que estava por vir mas não foi possível... Ainda bem ! Eu estava na rede e ele ao meu lado em uma cadeira. Estávamos nos abraçando e beijando daquele jeito bom... lembrando da Velha infância....
" - Andréa, neste momento Eu te Amo muito !"
" - Você se importa se a gente não ficar andando de mãos dadas por aí ?"
Pensei que um pouco de liberdade fosse essencial dado o tamanho da tsunami emocional que estava ameaçando nos submergir completamente.... então perguntei:
" - Por que ?"
" - Porque agora eu não... mas... mais prá frente eu posso querer namorar com você."
Senti que estávamos começando a nos entender.... fiquei contente e respondi sorrindo:
"- Não me importo."
Ele sorriu com um olhar feliz de quem fôra compreendido e nos permitirmos ser submergidos... Não sei o que se passou com ele, mas precisou ir embora de qualquer maneira, por qualquer motivo... Eu estava muito feliz. Incrivelmente apaixonada. Morrendo de medo de me 'afogar', já afogada.... mas tinha escolhido correr o risco de ser feliz e lá fiquei...
Nos dias que se sucederam foram desencontros e mais desencontros, no encontro. Não conseguimos ter um diálogo sem um 'arranhão'. Qualquer coisa era motivo para uma interpretação errônea das palavras, que agora eram ditas, não escritas. Eu procurei não brigar de fato, mas o custo foi muito alto. Me rendeu muitas lágrimas, um herpes nos lábios e um certo rancor por ter sido imensamente mal interpretada.
A sensação da má interpretação me acompanhou desoladamente por outros tantos meses. Parecíamos universos paralelos com os quais não há comunicação possível.... QUEM o saberá ? :-) Eis que a comunicação se abre, e inesperadamente leio:
"- Peço desculpas pelas vezes que algumas declarações minhas possam ter te ofendido, ainda que jamais quis te ofender"
Ele saiu sem saber minha resposta.... precisava ir.... estava muito alvoroçado, assim como minha amiga Mônica... E lamento como meu amigo Eduardo... Não consigo acompanhá-lo...
Ele é do tipo que tem domínio total daquilo que chamo de 'combinação de letrinhas'. Apareceu no meu computador, meio sem querer. Juntou várias delas e foi chamando minha atenção. Um dia resolvi saber mais sobre ele. Encontrei uma foto e um mini currículo. Nada mal, pelo contrário, muito interessante ! Escrevi provocativamente e a reação foi imediata. Ainda resta a dúvida sobre quem teria sido o peixe fisgado... ele ou eu. Meses se passaram até que começamos a conversar/digitar mais. E mais..... sobre várias coisas. O humor era raro, claro, engraçado. A inteligência era fascinante, afiada, rápida. Ganhei uma poesia, compusemos outras juntos. Ganhei apoio, energia, fantasia. Muita fantasia. Viajamos ! Literalmente. Desencontramos. Até brigamos (várias vezes). Levaram outros tantos meses para o dia do encontro real. Eu estava estranhamente envolvida por um ser desconhecido.
Ele estava lá, sentado na muretinha quando o vi pela primeira vez, o reconhecimento foi imediato. Eu estava preparada para grandes frustrações à primeira vista, que surpreendentemente não ocorreram. Ele foi gentil, educado, bem humorado. Conversamos sobre assuntos digitados.
Foi tirando as coisas do carro que ele me abraçou e me beijou. Um beijo tão do jeito que eu gosto que fiquei meia tonta, com o coração na mão. Mas como a alegria das "trintonas independentes" (Carrie, Sex and the City) é efêmera, a frase dele seguiu o maravilhoso gesto:
" - Isto é apenas um beijo de boas vindas. Mas nós somos AMIGOS !"
Esta questão da amizade já havia sido amplamente discutida antes do encontro e, racionalmente não poderíamos nos nomear nada diferente de amigos mesmo. Não fossem nossos corpos a criar mais confusão emocional no encontro real...
Ele tinha algumas coisas que eu não gostava, sendo que fumar era o que mais me incomodava. Mas resolvi não ser tão exigente, afinal as qualidades superavam os defeitos. Ele cozinhou para mim. Fez cama, lavou louça, alugou filme, colocou lixo para fora, pegou toalhas, varreu chão, instalou TV, computador, abriu portas, e janelas ! Um verdadeiro gentelman engraçadamente destrembelhado :-) e muito atencioso.
Mas a presença física estava revelando mais coisas.... O discurso dele, altamente contraditório, tentou segurar a "tsunami" (Pereira, 2005) que estava por vir mas não foi possível... Ainda bem ! Eu estava na rede e ele ao meu lado em uma cadeira. Estávamos nos abraçando e beijando daquele jeito bom... lembrando da Velha infância....
" - Andréa, neste momento Eu te Amo muito !"
" - Você se importa se a gente não ficar andando de mãos dadas por aí ?"
Pensei que um pouco de liberdade fosse essencial dado o tamanho da tsunami emocional que estava ameaçando nos submergir completamente.... então perguntei:
" - Por que ?"
" - Porque agora eu não... mas... mais prá frente eu posso querer namorar com você."
Senti que estávamos começando a nos entender.... fiquei contente e respondi sorrindo:
"- Não me importo."
Ele sorriu com um olhar feliz de quem fôra compreendido e nos permitirmos ser submergidos... Não sei o que se passou com ele, mas precisou ir embora de qualquer maneira, por qualquer motivo... Eu estava muito feliz. Incrivelmente apaixonada. Morrendo de medo de me 'afogar', já afogada.... mas tinha escolhido correr o risco de ser feliz e lá fiquei...
Nos dias que se sucederam foram desencontros e mais desencontros, no encontro. Não conseguimos ter um diálogo sem um 'arranhão'. Qualquer coisa era motivo para uma interpretação errônea das palavras, que agora eram ditas, não escritas. Eu procurei não brigar de fato, mas o custo foi muito alto. Me rendeu muitas lágrimas, um herpes nos lábios e um certo rancor por ter sido imensamente mal interpretada.
A sensação da má interpretação me acompanhou desoladamente por outros tantos meses. Parecíamos universos paralelos com os quais não há comunicação possível.... QUEM o saberá ? :-) Eis que a comunicação se abre, e inesperadamente leio:
"- Peço desculpas pelas vezes que algumas declarações minhas possam ter te ofendido, ainda que jamais quis te ofender"
Ele saiu sem saber minha resposta.... precisava ir.... estava muito alvoroçado, assim como minha amiga Mônica... E lamento como meu amigo Eduardo... Não consigo acompanhá-lo...