domingo, fevereiro 6

Ou faz falta ao Amor conhecimento

Miguel de Cervantes
(tradução de Josely Vianna Baptista e Luis Dolhnikoff)
Ou faz falta ao Amor conhecimento,
Ou sobra-lhe crueldade, ou minha pena
Não se iguala à ocasião que me condena
Ao gênero mais duro de tormento.
Porém se o Amor é deus, ele é argumento
Que nada ignora, e existe razão plena
Em que não seja cruel. Quem, pois, ordena
A dor atroz que adoro e experimento ?
Se digo que é você, Filis, não acerto;
Pois tanto mal em tanto bem não cabe,
Nem há de vir do céu esta ruína.
Perto estarei da morte, isto é bem certo;
Pois ao mal cuja causa não se sabe
É um milagre acertar a medicina.

18 comentários:

Andréa disse...

Este soneto integra o capítulo 23 da "Primeira parte" de "El Ingenioso Hidalgo Don Quijote de la Mancha", que é atribuído a um personagem desconhecido, cujos despojos de provável suicida encontra Dom Quixote num bosque, incluindo um pequeno caderno. Diz a respeito o Cavaleiro da Triste Figura: "Este [Fili] sin duda es el nombre de la dama de quien se queja el autor deste soneto; y a fe que debe ser razonable poeta, o yo sé poco de arte" (Madri, Espasa-Calpe, 1983, pag. 130). Na verdade, nem Dom Quixote sabe pouco da arte nem Cervantes é um poeta meramente razoável. (FSP, 14/11/2004)

Anônimo disse...

Andréa isto é um presente para si. Faz parte da minha biblioteca on-line, e tenho o maior prazer em oferecer-lhe.

Biblioteca Augustana
Link: http://www.fh-augsburg.de/~harsch/augustana.html

Anônimo disse...

Outra pérola do amor cortês,num soneto imortal

Busque Amor novas artes, novo engenho
para matar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n’alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei por quê

Luís Vaz de Camões

A modernidade das obras clássicas,reside precisamente no facto, de retrarem na perfeição os dilemas e a contradição da natureza humana.Por isso é que se tornam eternas.

Andréa disse...

Ualll ! Uma biblioteca !!!
Adorei o presente (de aniversário).
Obrigada.

Anônimo disse...

Parabéns querida, eu não sabia. Muitos beijinhos, continuação de um dia muito feliz, e que se repita por muitos e longos anos. Fico contente por saber que pude contribuir com um presente.
Mónica e o resto da galáxia:-)))))

Andréa disse...

Na verdade não é bem hj.... mas está bem perto.
Quero ver se a Galáxia ajuda vc a descobrir....
Já voltou de viagem com o presidente do júri ?

Anônimo disse...

Já e vamos descobrir:-))))

Andréa disse...

Duvido que ele possa te ajudar com isto :-))))

Anônimo disse...

Eu tenho umas fontes "secretas":-))))))

Andréa disse...

Eu ousaria a dizer que não só fontes, mas toda uma vida secreta....

Anônimo disse...

Andréa, já viu o que acontece quando nos revelamos um pouco? As proporções que isto tomou? Uma simples e inocente brincadeira? Eu sei que nem todos são assim,felizmente,mas acaba por ser mais forte do que nós.Este instinto de preservação, mas este blog ganhou um protagonismo que eu nunca imaginei, e portanto,todo o cuidado é pouco.

Andréa disse...

Tens razão. Estamos numa Matrix.... Por que vc não escreve para o meu endereço eletrônico pessoal como escreve aqui, então ?

Anônimo disse...

Vou começar a fazer isso. É a melhor solução. Só que já são 4h15m da amanhã, e amanhã tenho um dia daqueles!
Um grande beijinho e até amanhã. Bons sonhos com o ANDREASORTUDO. Nós vamos encontrá-LO! Ah se vamos:-)))))

Andréa disse...

Engraçado... aqui são duas horas a menos...
Bem, tenha bons sonhos também.

Anônimo disse...

FIM

Anônimo disse...

- Timões, EU bem que vos avisei. Aqui vale tudo menos tirar um olho.Até foram buscar a Filis e o D.Quixote para o "Choro Bandido", em nome da terapia e sabe-se LÁ mais o quê???!!!!:-))))e o que mais adiante virá.....e veremos!

MK

Anônimo disse...

(...)Tens razão. Estamos numa Matrix.... Por que vc não escreve para o meu endereço eletrônico pessoal como escreve aqui, então ?(...)

Mas qual é o seu endereço?

Timão

Anônimo disse...

Para além do ....

... do verde
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... está a cor da ZORRA!